segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Meta 2015 - 33 de 60 - África Chora

Entre todos os livros que separei para ler este ano, este é sem dúvida (até o momento) o mais cruel e real lamento de um continente inteiro que é assolado por miséria, fome e guerra entre suas mais variadas Etnias. Alberto Vázquez-Figueroa fez um relato cruel para as pessoas que se dizem "sofredoras" mas que na realidade não tem a menor ideia do que é realmente sofrer.

Uma pequena aldeia da Etiópia levava a vida tranquilamente até que no rio se avista alguns corpos. O chefe da tribo resolve dá-los sepultura descente. só que, segundo seus costumes, isso só pode ser realizado ao dia seguinte. No outro dia algumas crianças foram para a escola, já outras abaladas com a situação resolvem ficar em casa. Por volta da hora do lanche tiros se escutam por toda a aldeia e junto com a Professora Margaret (a professora que foi para aquela região com seu Pai Missionário ainda jovem) conseguem se esconder.

Após um tempo verificam o que ocorreu e ao chegar na aldeia descobrem o pior - todos foram cruelmente assassinados, mulheres violadas e mortas e vários decapitados. Agora começa a aventura, pois a Margaret, resolve na companhia das crianças abandonar a aldeia e buscar continuar a vida em outro lugar.

Como disse é um relato cruel, pois as crianças vão passando por várias e incontáveis dificuldades, inclusive várias delas morrem no caminho, não existe um relato bonito apenas a dura e cruel realidade. Algumas pessoas tentam prestar ajuda como um Médico da ONU que trabalha em um campo de refugiados consegue com que se vão de caminhão para outro local, ou uma família que vive as margens de um dos afluentes do Nilo os ensinam a construir balsas de modo que possam continuar sua viagem. Porém, a principal ajuda vem de onde menos se espera, de Caçadores Clandestinos (que aos olhos do mundo inteiro são como "bestas que matam animais indefesos") que os transportam boa parte do caminho e contam sua amarga história de como chegaram a fazer o que fazem: Se o Homem Branco não desejasse ter um troféu de Marfim para enfeitar sua sala ou sua Mulher não desejasse um casaco de pele de Leopardo, não existiria demanda. Um dos mais intrigantes relato é contado por um dos caçadores, um Grego: Contam que os casos de Lepra ocorrem mais facilmente entre os Judeus, não sei se é verdade, mas dizem que no Egito o Faraó expulsou todo o povo Hebreu por causa dos altos casos da doença enviando-os a outra margem do Mar Vermelho. Lá Moisés, os liderou até encontrarem uma terra que pudessem viver e muitos morreram no caminho.

A obra toda é marcada por acontecimentos incríveis e nos fazem pensar realmente o que é o sofrimento, este mesmo personagem narra uma parte da história africana: Quando chegou o colonizador dividiu a África em regiões, não logicamente separando-os por Etnias, mas como por sorte. Assim, você teria que viver com aqueles que odeia enquanto seus amigos estavam a quilômetros de distância. Uma África toda misturada com ódio entre os vizinhos. Este é um daqueles livros para se ler e pensar muito sobre a vida, seu emprego e o que se está fazendo em relação as pessoas que lhe cercam.

Obrigado e boa leitura
Fernando Anselmo

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