domingo, 30 de agosto de 2015

Meta 2015 - 42 de 60 - A Máscara

Dean Koontz fez um livro como um misto de  Stephen King ou o filme Poltergeist, porém seu livro peca ao explicar demais, porém se lembra do primeiro filme de Spielberg vai lembrar que tudo ocorre de forma muito frenética no final com a família abandonando sua casa e indo parar em um motel - o filme teve duas continuações (que não merecem a pipoca gasta para assisti-los) e um remake neste ano.

A história do livro se passa quando uma jovem, antes de completar seu 16º Aniversário se vê presa em um sótão e morre queimada culpando a mãe por odiá-la e tê-la mandado limpar o sótão como castigo.

Vários anos se passam e a história se volta ao jovem casal Carol e Paul que desejam mais que tudo adotar uma criança, porém coisas estranhas acontecem que impedem esse fato de acontecer. Como se algo muito maligno estivesse impedindo a realização de seu sonho.

Carol é uma psicóloga infantil que teve um grande trauma na infância, abandonada pelos pais é adotada por Grace. Só que no percurso para seu consultório Carol atropela Jane, uma adolescente que está sem memória de seu passado. Carol e Jane iniciam uma grande amizade, tanto que ela leva Jane para casa para ser sua tutora enquanto a polícia tenta localizar seus pais.

Carol inicia com Jane seções de regressão tentando buscar sua memória perdida, porém se depara que Jane incorpora outras três meninas que morreram em circunstâncias pra lá de estranhas, todas morreram na véspera de seu 16º Aniversário.

Do meio do livro até perto do final Paul e Grace recebem mensagens do além tentando alertá-los do perigo, só que a descrença faz com que eles ignorem essas mensagens até ser muito tarde e sofrerem as consequências. Com isso que disse, acredito que já deva ter percebido como isso vai acabar.

Às 10 últimas páginas do livro é que ocorre realmente a ação, só que não dá tempo nem de pegar uma pipoca (se fosse um filme) ou comer uma maçã (já que é um livro). E tipo assim: Acabou.

Obrigado e boa leitura
Fernando Anselmo

PS. Coisas estranhas que aconteceram com os filmes Poltergeist - A atriz Dominique Dunne que fazia o papel da jovem filha Dana (no primeiro filme) morreu após concluído o primeiro filme e a atriz Heather O'Rourke a menina loirinha (também de E.T.) que é abduzida pelo Poltergeist, morreu logo após a conclusão do terceiro (acho que nem "O Exorcista" teve esse aspecto estranho). Coisas do cinema.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Meta 2015 - 41 de 60 - Put Some Farofa

Lembra daquela caverna que temos mania de nos escondermos durante um bom período da nossa vida. Pois bem, se retornou hoje para a civilização deixe-me dizer que nos últimos 10 anos várias pessoas ganharam destaque no mundo da comédia, entre uma nova geração de comediantes do mais alto nível se encontra Gregório Duvivier.

Duvivier ficou muito conhecido no YouTube devido ao sucesso da Porta dos Fundos, e para quem não sabe ele também é escritor - comparado a Woody Allen e com o mesmo estilo de Veríssimo, ambos já comentados em livros anteriores - porém o humor dele é bem mais afiado.

Este livro é uma coletânea de contos, alguns criaram vida na Porta dos Fundos, outros foram extraídos (ou subtraídos) da Folha de São Paulo e mais alguns variadas fontes.

É um bom livro para se ler e dar algumas risadas, porém não espere rir a trancos. Duvivier tem um humor um tanto refinado e algumas vezes demora um pouco para cair a ficha. Em um de seus contos ele satiriza a favela como se fosse um espécie de local raro aonde os turistas pagam para fazer uma espécie de "safári":

Guia: Aqui na subida da favela, vocês já podem vislumbrar um ou outro pobre. Percebam que, quando um pobre passa pelo outro, eles se cumprimentam. O simples fato de ser pobre já é o bastante para criar empatia. Percebam que a porta da casa fica aberta. O pobre confia nos outros pobres, porque os outros pobres sabem que ele é pobre, então não tem nada pra roubar além de coisas de pobre. É um ecossistema que funciona.

O conto Pardon Anything possui o texto que fornece título ao livro, é a conversação de um brasileiro com um gringo que começa assim (escrito provavelmente pensando nos brasileiros que receberam os turistas americanos em suas casas para a Copa do Mundo):

Hello, Gringo! Welcome to Brazil. Não repara a bagunça. Don´t repair the mess. In Brazil we give two beijinhos. Em São Paulo, just one beijinho. If you are in Minas, it´s three beijinhos, pra casar. It´s a tradition...

É aquele famoso jeitinho brasileiro de tentar conversar em inglês traduzindo literalmente as frases para o idioma e preenchendo com palavras em português onde se desconhece sua tradução, e no meio do texto aparece:

Try this moqueca. Put some farofa. Try this açaí. Put some farofa. Try this chicken we call à passarinho because it´s look like a little bird. Now put some farofa. Mix with some banana. Delicious. You don´t have farofa in your country?

Ri por tentar imaginar o esforço do gringo para tentar compreender o que estava sendo dito. Ou seja, é uma espécie de humor que muitas vezes temos de nos envolvermos para "sacar" a graça. Do you understand?

Obrigado e boa leitura
Fernando Anselmo

PS. Na traseira do livro se lê: "Nem todo bom humorista é um bom cômico, nem todo bom comediante é um bom ator e nem todo bom roteirista é um bom cronista. O Gregorio Duvivier é tudo isso ao mesmo tempo e vice-versa. É econômico - você paga por um Duvivier e leva seis." Luis Fernando Veríssimo - Preciso dizer mais? Need I say more?

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Meta 2015 - 40 de 60 - Maldito Karma

David Safier ganhou um assíduo leitor, esse foi um dos pouquíssimos livros que li de um escritor Alemão realmente engraçado e após uma série de livros tristes merecia esse descanso. Esse livro foi sem dúvida um dos mais divertidos e apaixonantes dessa coleção de 60 livros.

A história começa com a morte da protagonista do livro Kim Lange, uma egocêntrica apresentadora de televisão. Sua morte ocorre com a queda em sua cabeça de um pedaço de uma Estação Espacial Russa, isso mesmo, e tal fato ocorre exatamente no dia seguinte que ela traiu seu marido. Kim pensa que por ser famosa lhe dá o direito de fazer tudo que quer, inclusive ignorar seu marido e filha, humilhar todos a sua volta e ser muito egoísta.

Pois bem, ela reencarna como uma formiga e ninguém menos que Buda lhe aparece (como uma formiga gordona) para lhe explicar que devido a não saber aproveitar sua vida anterior acumulou "Péssimo Karma", não pode ascender ao Nirvana e terá que continuar sua jornada na terra até acumular "Bom Karma" e subir na cadeia evolucionária. Como formiga, Kim está revoltada. Como viver naquele corpo horrível? E qual o objetivo de ser formiga? O mais engraçado disso é que todas as outras formigas tem nomes apenas com "consoantes" e morrem de rir quando ela diz seu nome.

No formigueiro Kim encontra-se com outro desencarnado em formiga, Casanova. E ambos viverão várias aventuras juntos. Porém seu maior desejo consiste em ver como está sua filha pequena e o se seu marido está sofrendo por sua perda. Porém aos poucos vai reconhecendo todo o mal que causou as pessoas com quem viveu. A reencarnação mais hilariante ocorre quando ela volta a vida como um Hamster, junto ao próprio Casanova (que comemora por voltar a ser um mamífero) e mais três irmãos que não são seres humanos encarnados mas simples animais.

Outra coisa bacana do livro é quando Buda resolve explicar o ciclo das encarnações, dizendo que se Kim fosse Católica iria ser julgada pelas leis de Jesus, se fosse Muçulmana segundo Maomé, e assim sucessivamente para qualquer "Religião" que tivesse (inclusive brincando que Odin está muito triste pois ninguém acredita mais nele e pensando em melhorar seu Marketing). Como Kim era Ateia, Buda assumiria suas responsabilidades, uma forma simples de Deus não mandar ninguém indiscriminadamente para o Inferno e prover uma nova chance as pessoas.

Como disse é uma história muito divertida, fiquei só imaginando Buda como todos os animais que Kim reencarna bem gordo ensinando as coisas para que ela possa compreender como funciona o ciclo das encarnações e chegar ao Nirvana além da presença do divertidíssimo Casanova que a vive chamando de Mademoiselle. É um daqueles livros que se devora e raramente desejei parar de lê-lo.

Obrigado e boa leitura
Fernando Anselmo

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Meta 2015 - 39 de 60 - A Colméia

A primeira história que li falando sobre vidas reais foi o quadrinho realista de Will Eisner chamado "O Edifício". Para quem desconhece, existe um prêmio dado ao melhor quadrinho (uma espécie de "Oscar" dos Quadrinhos) chamado "Prêmio Will Eisner" só assim pode-se imaginar a importância desse.

 Enquanto estava lendo essa obra realista de Camilo José Cela, me foi impossível evitar uma comparação com a obra de Will Eisner. A temática do livro se passa através de vários personagens que em comum tem de circular pelo Café de Dona Rosa - uma gorda irritadiça e autoritária que trata seus empregados com mão de ferro. Nesta obra várias histórias circulam.

Como a de Martín um poeta pobre que tenta viver de seus versos; Vitoria que está apaixonada por seu noivo porém o mesmo está com Tuberculose e ela precisa desesperadamente de dinheiro para seu tratamento; Visi a mulher de Roque e mãe controladora de suas filhas que apenas quer que elas se casem com um bom partido; Elvira, símbolo da decadência e sua vida está marcada por seu passado e pela fome.

Além disso a parte "proibida" do livro fica por conta de várias cenas de prostituição e homossexualismo, por este motivo o livro foi completamente censurada na época. E, assim como Will Einer fez com os quadrinhos, A Colméia abriu novas perspectivas a novela espanhola, tratando a vida como ela realmente é.

O título "A Colméia" se deve a incerteza dos destinos dos seres humanos, das pessoas que não sabem aonde vão, seres solitários que caminham sem rumo ou futuro e muitas vezes sem qualquer dignidade. Se acessar sua página na Wikipédia é possível encontrar o livro para baixar gratuitamente em formato e-book.

Obrigado e boa leitura
Fernando Anselmo

sábado, 22 de agosto de 2015

Meta 2015 - 38 de 60 - O Mistério da Cripta Enfeitiçada

Eduardo Mendonza escreveu um livro divertido com uma mistura de Humor Negro e Relato Gótico com muito mistério e divertimento.

O livro é como se fosse o "Diário", narrado por um herói (ou anti-herói), um antigo criminoso depravado que está internado - em momento algum o livro menciona o nome desse personagem - em um manicômio e que ganha liberdade temporária para resolver um caso desaparecimento de uma menina do Colégio das Freiras Lazaristas de San Gervasio. Seu único fraco é por Pepsi-Cola, no qual durante toda trama toma compulsivamente.

O mesmo caso tinha ocorrido a 15 anos atrás, na qual outra menina tinha desaparecido e reaparecido dias depois. O Comissário Flores responsável pelo caso, sem poder agir por meios oficiais oferece ao "interno" sua liberdade permanente caso consiga resolver esse complexo mistério. Sem contar com qualquer recurso vai procurar sua irmã, uma prostituta decadente que trabalha em uma espécie de bordel, e ali a encontra com um "Sueco" (o livro tem o hábito de não dar nome a seus personagens).

Após esse fato o mesmo "Sueco" está em seu quarto, em uma pensão suja que conseguiu uma hospedagem temporária, ameaçando-o com uma arma para minutos seguintes cair morto, envenenado. Em seguida, a polícia está em sua porta (os fatos acontecem de forma frenética no livro e não dão muita chance de um respiro) com a intenção de prendê-lo por assassinato.

Agora tendo que fugir de tudo e todos, pois até o próprio Comissário Flores já está arrependido de tê-lo envolvido, sua única chance é a de resolver esse enigma e provar sua inocência. Este livro possui uma continuação chamada: El laberinto de las aceitunas (O Labirinto das Azeitonas).

Obrigado e boa leitura
Fernando Anselmo

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Meta 2015 - 37 de 60 - O Iluminado

Stanley Kubrick é tipo ou adoro ou detesto seus filmes, dois de seus filmes, considerados "Clássicos" são (na minha opinião) horríveis: 2001, Uma Odisseia no Espaço - sinceramente não aguento os 12 minutos de Danúbio Azul e uma espaçonave rodando ao longe (durmo toda vez nessa parte e quando acordo o Robô já está matando todo mundo) e O Iluminado. Sendo que esse último é um excelente livro de Stephen King que consegui concluir essa semana.

Primeiro devo dizer que adoro Jack Nicholson, mas acho que a escolha de Shelley Duvall foi algo entre o terrível e de péssimo gosto que não tem absolutamente nada a ver com a Andy Torrance do livro (sensual e "LOIRA"). Agora o pior papel ficou para o ator Danny Lloyd, que fez o garotinho Danny (ou Doc como seus pais o chamam no livro).

Primeiro que coisa ridícula é aquela do Danny ficar passeando de velotrol o tempo todo pelo hotel? Aonde foi que arrumaram aquele "Labirinto" - no livro são plantas em forma de Animais do Parque infantil e fazem parte da primeira loucura de Jack? Ou o banho de sangue saindo do Elevador? Para quê aquelas gêmeas no corredor? Já cenas que são importantes no livro ficaram totalmente de fora do filme, onde estava o Tony (o amigo imaginário de Danny)? O que aconteceu com as Vespas que picam a mão do garotinho? Quem foi o gênio que achou que um Machado era melhor que o Taco de Croquet? Não vi a palavra "Redrum" (principal do livro) uma única vez, e finalmente que porcaria é aquela no final Jack aparecer "congelado na neve"? O mais engraçado é que as pessoas criticam por esse filme nunca ter ganho um Oscar. A pergunta é, só se fosse um Oscar de filme que jogou um excelente livro fora. A única coisa que salva o filme é a Loucura de Nicholson (que já tinha levado seu Oscar por "One Flew Over the Cuckoo's Nest" - Um Estranho no Ninho) e Kubrick soube explorar essa sua característica muito bem.

No livro tem uma referência clara a outro livro que comentei Viven! sobre os Uruguaios que ficam presos nos Andes e tem que praticar Canibalismo, principal medo de Andy - que durante sua estada no Hotel não quer de maneira alguma andar no elevador além de seu complexo com sua mãe. Já Danny é o grande responsável por muitas coisas que estão acontecendo no Hotel que deseja obter os poderes do garoto. Achei uma pena que um excelente livro tenha sido sacrificado dessa maneira, e só para se ter uma ideia, antes de lê-lo pensava que o título se devia a loucura de Jack só que na verdade se refere aos dons mediúnicos de Danny. O que faz muito mais sentido no contexto geral da obra de King que adora escrever seu "Terror Psicológico" e que Kubrick o viu mais como um enlatado do tipo Sexta-Feira 13.

Para corrigir essa injustiça em 1997 foi criado um especial para TV em 3 partes com a história verdadeira e mais condizente com o livro, é possível encontrá-lo em DVD - Assista aqui seu trailer:


Não me entenda mal, não odeio Kubrick e amo dois de seus filmes: Laranja Mecânica (A Clockwork Orange - que conseguiu captar o essencial do livro) e Dr. Fantástico (Dr. Strangelove - com o genial Peter Sellers).

Obrigado e boa leitura
Fernando anselmo

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Meta 2015 - 36 de 60 - O Súdito da Czarina

Diego Merry del Val é um escritor singular que criou uma obra genial. Essa obra maestra nos remete a Rússia do tempo dos Czares, ou melhor dizendo das Czarinas. Estudou Jornalismo na Universidad Complutense de Madrid e exerceu sua carreira no El Diario ABC.

A Imperatriz Catarina casou-se politicamente com o Czar, porém desde sua época matrimonial mal chegou a ter relações sexuais (ou de qualquer outra espécie) com seu marido. Tendo ao contrário diversos amantes, seu primeiro filho foi arrebatado de suas mãos e só chegou a conhecê-lo quando completou 5 anos.

Mas a história central é sobre José de Ribas y Boyons que chegou a ser um almirante da Armada Russa durante o reinado de Catarina a Grande. Nascido no reino de Nápoles, antes vinculado politicamente a Espanha, de Ribas teve una brilhante carreira militar através do Conde Alexei Orlov, irmão da amante da Imperatriz Catarina.

Boa parte de toda história se passa no antes, durante e depois do reinado de tão famosa personagem histórica que após sua morte assumiu o trono Pablo I tornando a vida de Ribas em um verdadeiro inferno. Muitos acontecimentos são relatados e mostram algo pouco conhecido. Aqui vemos várias faces do regime russo da extrema pobreza, inclusive a venda "disfarçada" de escravos (de crianças a velhos) a mais pura riqueza, na qual o dinheiro permitia excentricidades nunca antes alcançadas.

De Ribas, esse singular personagem histórico, foi o responsável desde a construção da cidade de Odessa (narrada em seus pormenores) a criação de um plano para tirar Pablo I do poder (no qual não chegou a participar). Seus feitos em batalha lhe garantiram muita riqueza e poder em uma terra dominada pelo luxo. É uma obra para ser devorada por partes e com muito prazer.

Obrigado e boa leitura
Fernando Anselmo

sábado, 15 de agosto de 2015

Meta 2015 - 35 de 60 - A Rebelião de Lúcifer

Conheci Juan José Benítez através de seu mais famoso livro "Operação Cavalo de Tróia" que conta a possibilidade da criação de uma "Máquina do Tempo" que realiza um retorno a época de Cristo. Pela narrativa de sua história achava que se tratava de um católico fervoroso, colocando o Cristo como um real relato dos eventos contados pela Bíblia. Ou seja, nada de novo se mostrava.

Neste livro posso dizer que me enganei. O autor na verdade pode ser o que consideramos um Cosmologista. Só para se ter uma ideia O mais incrível do livro é o Cristo narrado, absolutamente nada tem a ver do Jesus Bíblico e se você entendê-lo bem vai descobrir que possui muitos irmãos. O livro em si é como uma grande sinopse de outro livro chamado: O Livro de Urantia. Neste livro (que pode ser encontrado gratuitamente na Internet) é contada a história de nosso planeta de forma bem diferente, daquela obtida em "Textos Sagrados". Porém com um sentido bem melhor sobre alguns fatos ocorridos.

No livro de Benítez existe a "Grande Loja da Escola da Sabedoria" (uma espécie de Maçonaria) que busca uns manuscritos perdidos e encarrega um de seus discípulos Sinuhe de procurá-los. Esse é um personagem estranho pois faz diversas "burradas" durante toda a obra e não poderia nunca ser considerado um herói. Bem, como tudo é muito estranho Sinuhe se encarrega de educar uma tal "Filha da Raça Azul" pois ambos participarão do "Julgamento de Lúcifer" (coisa que não acontece neste livro e provavelmente seja a brecha para um segundo - lembre-se que Benítez escreveu 9 Operações Cavalo de Tróia, então é um autor que adora continuações).

Porque digo que Sinuhe faz burradas? Em uma parte do livro quando a "Filha da Raça Azul", que agora se chama Nietihw (o autor adora nomes difíceis), se encontrava morta o que faz Sinuhe? Pega o anel que contêm seu guardião Rá! (E antes que pense, não, você não se enganou muita coisa da Mitologia Egípcia é colocada no livro) e o joga fora, culpando-o por sua morte. Se bem que umas páginas atrás o mesmo Rá! o salvou a vida. Depois fica chorando porque perdeu o Disco. Para alguém escolhido pela "Escola da Sabedoria" acho que reprovou algumas séries. A única coisa inteligente que faz só acontece perto das últimas páginas (que não vou dizer aqui para estragar sua leitura).

É uma leitura interessante que poderia ser muito abreviada se tirasse a quantidade de narrativa sobre a criação de Iurancha (nossa Terra - não somos Terráqueos, somos Iuranchianos) e suas raças multicoloridas - se espera uma grande viagem esse é o livro certo recomendo lê-lo com a mente bem aberta, o mais aberta possível.

Obrigado e boa leitura
Fernando anselmo

Meta 2015 - 34 de 60 - Viven

Piers Paul Read, através dos relatos dos sobreviventes e outros envolvidos, escreveu uma emocionante história. Este é um daqueles livros para todos (assim como eu) pensam em realizar algo nesta vida.

Um time de Rugby e mais algumas pessoas partem em um Voo fretado da Força Aérea Uruguaia a caminho do Chile. Porém nas Cordilheiras dos Andes acontece um terrível acidente.

O livro narra a luta pela sobrevivência, que além de passarem um frio terrível existia muito pouca comida a disposição. Além disso o que era para ser uma espera de poucos dias pelo resgate acaba se transformando em meses.

Em uma parte temos os sobreviventes do Voo, outra parte as autoridades que depois das primeiras semanas desistem da busca por acharem que não existe mais ninguém vivo e na última parte os familiares que não medem quaisquer esforços para encontrarem seus filhos vivos.

Este emocionante relato virou uma história comovente que abalou todas as Nações. Dos 45 passageiros do Voo apenas 16 são resgatados e ao finalmente serem encontrados descobriram que para conseguirem sobreviver, tiveram que comer o corpo dos amigos que haviam mortos. Isso mesmo, praticaram o temido e condenado: Canibalismo.

A história completa da tragédia pode ser vista na Wikipédia, porém o livro procura mostrar um outro lado de quê se alimentariam os sobreviventes? E como realizar tal prática não afetou a integridade moral e religiosa dos sobreviventes e ao contrário se tornaram religiosos muito mais fervorosos, comparando a tragédia a como uma prova de vida que passaram.

Esse livro também virou um filme (disponível em DVD).

Obrigado e boa leitura
Fernando Anselmo

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Meta 2015 - 33 de 60 - África Chora

Entre todos os livros que separei para ler este ano, este é sem dúvida (até o momento) o mais cruel e real lamento de um continente inteiro que é assolado por miséria, fome e guerra entre suas mais variadas Etnias. Alberto Vázquez-Figueroa fez um relato cruel para as pessoas que se dizem "sofredoras" mas que na realidade não tem a menor ideia do que é realmente sofrer.

Uma pequena aldeia da Etiópia levava a vida tranquilamente até que no rio se avista alguns corpos. O chefe da tribo resolve dá-los sepultura descente. só que, segundo seus costumes, isso só pode ser realizado ao dia seguinte. No outro dia algumas crianças foram para a escola, já outras abaladas com a situação resolvem ficar em casa. Por volta da hora do lanche tiros se escutam por toda a aldeia e junto com a Professora Margaret (a professora que foi para aquela região com seu Pai Missionário ainda jovem) conseguem se esconder.

Após um tempo verificam o que ocorreu e ao chegar na aldeia descobrem o pior - todos foram cruelmente assassinados, mulheres violadas e mortas e vários decapitados. Agora começa a aventura, pois a Margaret, resolve na companhia das crianças abandonar a aldeia e buscar continuar a vida em outro lugar.

Como disse é um relato cruel, pois as crianças vão passando por várias e incontáveis dificuldades, inclusive várias delas morrem no caminho, não existe um relato bonito apenas a dura e cruel realidade. Algumas pessoas tentam prestar ajuda como um Médico da ONU que trabalha em um campo de refugiados consegue com que se vão de caminhão para outro local, ou uma família que vive as margens de um dos afluentes do Nilo os ensinam a construir balsas de modo que possam continuar sua viagem. Porém, a principal ajuda vem de onde menos se espera, de Caçadores Clandestinos (que aos olhos do mundo inteiro são como "bestas que matam animais indefesos") que os transportam boa parte do caminho e contam sua amarga história de como chegaram a fazer o que fazem: Se o Homem Branco não desejasse ter um troféu de Marfim para enfeitar sua sala ou sua Mulher não desejasse um casaco de pele de Leopardo, não existiria demanda. Um dos mais intrigantes relato é contado por um dos caçadores, um Grego: Contam que os casos de Lepra ocorrem mais facilmente entre os Judeus, não sei se é verdade, mas dizem que no Egito o Faraó expulsou todo o povo Hebreu por causa dos altos casos da doença enviando-os a outra margem do Mar Vermelho. Lá Moisés, os liderou até encontrarem uma terra que pudessem viver e muitos morreram no caminho.

A obra toda é marcada por acontecimentos incríveis e nos fazem pensar realmente o que é o sofrimento, este mesmo personagem narra uma parte da história africana: Quando chegou o colonizador dividiu a África em regiões, não logicamente separando-os por Etnias, mas como por sorte. Assim, você teria que viver com aqueles que odeia enquanto seus amigos estavam a quilômetros de distância. Uma África toda misturada com ódio entre os vizinhos. Este é um daqueles livros para se ler e pensar muito sobre a vida, seu emprego e o que se está fazendo em relação as pessoas que lhe cercam.

Obrigado e boa leitura
Fernando Anselmo

domingo, 9 de agosto de 2015

Meta 2015 - 32 de 60 - Cuca Fundida

A primeira vez que conheci Woody Allen foi com o filme "A Última Noite de Boris Grushenko" (que possui o título original como "Love and Death" - vou morrer e nunca entender qual o motivo dessa troca de títulos), nesse filme acompanhamos os últimos momentos da vida de Boris (Allen) e sua amada Sonja (sua eterna musa, Diane Keaton). E agora conheci Allen como escritor e não me arrependo.

Este é um livro de contos no estilo de Veríssimo, são extremamente divertidos porém bem no estilo do Allen dos filmes, se percebe muito facilmente algumas de suas características mais básicas, tais como, filosofia, as origens judaicas e as questões sobre a vida.

Em um dos contos, Allen mostra como seria a vida da vários rabinos, enquanto que em outro uma inusitada partida de Xadrez (no conto Correspondência entre Gossage e Vardebedian), os contos são muito divertidos e extramente inusitados como "Conde Drácula" que conta um dia que o Vampiro acordou, foi no vilarejo se alimentar e descobriu que na verdade não era noite, era meio dia e tinha ocorrido uma Eclipse Solar, para tentar sobreviver ao sol o Conde se esconde em um armário ou no conto "A História de Uma Grande Invenção" que narra como foi inventado o Sanduíche.

Já outros não tem como não associá-los a filmes, como em "A Morte Bate à Porta", na qual a Morte em pessoa vai recolher uma alma e se vê envolta em uma partida de Biriba, numa referência clara ao filme "O Sétimo Selo" ou o conto "Viva Vargas!" que mostra a história de um guerrilheiro que se vê isolado com sua tropa nas montanhas, o coitado do cozinheiro só tem Iguanas e as faz de todos os modos possíveis (tem até Suflê de Iguana) no qual basta assistir ao filme "O Dorminhoco" (do próprio Allen).

Obrigado e boa leitura
Fernando Anselmo

sábado, 8 de agosto de 2015

Meta 2015 - 31 de 60 - Um Dia de Cólera

Arturo Perez Reverte é um daqueles escritores que consegue colocar um tom jornalístico fora do comum, similar ao livro anterior este livro também é uma narração sobre um acontecimento histórico, porém diferente do livro anterior não é narrado por um espectador mas provavelmente realizado através de uma consulta em arquivos.

No dia 2 de Maio de 1808, a cidade de Madrid está tomada pelas forças francesas de Napoleão Bonaparte e neste dia resolve se revoltar para lutar pelo Rei Fernando, não existe neste livro um relato heroico de um único personagem, mas apenas um relato do que possivelmente ocorreu neste dia com todas as tragédias possíveis envolvendo vários de seus habitantes que são nomeados ao longo da obra.

De um lado estava a população, desorganizada e armada em sua grande maioria por navalhas, armas de caça ou as armas encontradas pela rua. Do outro, as forças organizadas do Exército que já tinham conquistado quase toda a Europa. Porém as baixas do lado francês foram enormes, tantas que ao final após a retomada do controle pelas tropas francesas se inicia uma série de fuzilamentos indiscriminados e pilhagem por quase toda a cidade em atos de pura vingança.

O que mais deixa claro no livro é que se toda a população e o exército espanhol tivesse se rebelado, provavelmente os espanhóis teriam ganho. Porém, isso não ocorre e podemos calcular que apenas 40% da população estava envolvida, só que as represálias foram contra todos que tivessem ou não tomado parte na batalha.

Para não dizer que não existiam personagens no livro, devo dizer que uma batalha é minuciosamente estudada, a população se reuniu no quartel de artilharia de Monteleón, e dois capitães resolveram agir e organizá-los, são eles Luis Daoiz e Pedro Velarde. A batalha é simplesmente espetacular e termina com um final totalmente inesperado.

Obrigado e boa leitura
Fernando Anselmo

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Meta 2015 - 30 de 60 - As Portas de Fogo

Após o sucesso do filme 300 vi muitos livros falando sobre a fantástica Batalha das Termópilas, entre todos Steven Pressfield, um apaixonado sobre história militar, criou uma nova história, narrando os fatos acontecidos através de um Espartano sobrevivente.

Xeones, é um jovem grego que após sua aldeia ser terrivelmente arrasada por outra tribo Grega parte com sua prima e um ex-escravo velho para viverem nas montanhas, mas seu coração mantêm um sonho de se juntar ao Exército Espartano. Ao atingir a idade propícia consegue realizar seu sonho e se tornar um Arqueiro. É necessário explicar que cada soldado Espartano possuía uma pequena tropa de jovens que os ajudava com suas roupas, armas e caça (como os Cavaleiros Medievais) que serviam de suporte as suas atividades.

Narrando todo o sofrimento para se juntar aos Espartanos, Xeones vai narrando sua história a ninguém menos que o Rei Xerxes de modo que a mesma fique registrada para toda a humanidade. Bem diferente do filme, Xerxes é um Rei que ficou impressionado como poucos homens causaram um estrago tão grande em seu exército e fica muito interessado nos fatos acontecidos e na história do jovem grego.

Acredito que o livro foi bem mais fiel ao acontecido do que a história em Quadrinhos criada pelo genial Frank Miller (que depois virou o filme), mostrando que na verdade os gregos viviam em guerra entre si e que tiveram de se unir para combater um inimigo comum que desejava escravizá-los. Não espere algo heroico ou mesmo romântico, por exemplo, ao chegar na primeira aldeia após a sua ter sido arrasada, a prima de Xeones e cruelmente abusada sexualmente e após tudo isso, a única coisa que a jovem de 13 anos temia era que nenhum homem a desejaria para casar. Tudo aqui é mostrado de forma crua, como se realmente os fatos tivessem sido narrados por alguém que esteve presente nesta batalha.

Obrigado e boa leitura
Fernando Anselmo

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Meta 2015 - 29 de 60 - O Melhor de Max Gehringer na CBN

Necessariamente não precisaria, mas todo dia, acordo por volta das 07:00, somente para as 07:45 escutar o que Max Gehringer tem a dizer na CBN.

Max se tornou para mim uma espécie de Guru das boas práticas a se adotar em relação ao trabalho. Uso suas dicas de maneira quase religiosa e como diz na introdução deste livro: "Um dos segredos de Max é falar rigorosamente todos os assuntos, inclusive os mais espinhosos. Como, por exemplo, mau hálito.".

Sei que não tenho mau hálito, inclusive porque fiz o teste da língua. Porém, trabalhei com pessoas que não apenas tinham mau hálito como péssimos hábitos. Estes poderiam ser facilmente curados se ouvissem (ou lessem) algumas dessas dicas.

Este livro é dividido nos seguintes tópicos: Como conquistar um emprego; Os personagens corporativos; Organização, métodos e cargos; Os desafios (e a burocracia!) de cada dia; Esse estranho ser chamado chefe; Relacionamento, uma porta para o emprego; Criatividade; Trabalhe melhor; Coisas do Brasil; Não se enrole com a língua; e Novas tendências. Achou pouco? Tudo bem, ainda vem com um CD com uma seleção de alguns dos comentários mais importantes.

Por isso e muito mais, prefiro acordar um pouco mais cedo do que realmente deveria, afinal não estou perdendo horas de sono mas ganhando conselhos que podem me ajudar muito na carreira.

Obrigado e boa leitura
Fernando Anselmo

sábado, 1 de agosto de 2015

Meta 2015 - 28 de 60 - A Vingança do Bastardo

Após o último livro precisa de algo mais "divertido" para continuar minha saga por esses 60 livros, a muito tempo possuía partes de um folhetim que saiu no jornal "O Planeta Diário" e graças a Estante Virtual consegui comprar esse incrível livro de Eleonora V. Vorsky (pseudônimo de Alexandre Machado).

"Cada minuto naquela cadeia imunda parecia durar três semanas. Eu ficava calculando o quanto ia demorar para passar minha pena, mas sempre que chegava ao 187º ano eu perdia a conta. O advogado disse que por bom comportamento me tiraria dali na metade do tempo, porém, isso não era suficiente para me animar. A cela era de um escuro úmido e umbroso. O nome do escuro era Waltencir e tinha sido condenado por molestar sexualmente um pelotão inteiro do Exército de Salvação". Assim começa o livro e o relato de Levy (ou Primo Levy) o anti-herói desse engraçado e ADULTO livro. Aviso que existe muitas passagens "pornográficas" durante sua leitura.

No primeiro momento de sua estranha aventura Levy encontra sua graciosa e meiga prima Roshana (que mais tarde teve uma revista totalmente dedicada a ela chamada: Calor na Bacurinha) que passam por um sem número de engraçadas aventuras, indo parar nas mãos de Kadhagi, para depois se encontrarem em Jerusalém nus no meio de uma encenação do auto de natal, no mercado de escravo árabe, na Atlântida onde se encontram com as Amazonas até um Hotel onde a Máfia realiza uma enorme bacanal. O casal ainda teria a companhia de Bel, a Rainha das Sereias de Atlântida e de Kowalsky e sua (hummm) enorme, para que se possa entender melhor esse último personagem Kowalsky era um marinheiro de um submarino quando Levy e Roshana o encontram pela primeira vez acontece o seguinte diálogo:

- Levy, olhe para aquilo!... - apontou Roshana, boquiaberta.
- Meu Deus!...
Era Kowalsky que dormia inteiramente nu.

Muitas vezes tive que parar de ler para conter as risadas e apesar de conteúdo adulto o livro é um divertimento garantido. Este livro virou uma espécie de Cult entre os apaixonados de literatura no estilo dos antigos PasquimCasseta & Planeta e Chiclete com Banana.

Obrigado e boa leitura
Fernando Anselmo

Meta 2015 - 27 de 60 - O Guardião dos Arcanos

Formado em História e apaixonado por Arqueologia, Paul Sussman é um escritor bastante incomum, enquanto estamos lendo suas histórias temos quase a certeza de visitar o Egito e as regiões adjacentes devido a seus precisos relatos.

Tudo começa ao sítio e a queda do Templo de Salomão pelos soldados romanos, os Judeus se vendo acabados entregam a um jovem uma sagrada missão, passar um incrível segredo até chegar o momento de revelá-lo as pessoas corretas.

Agora damos um salto até a época Nazista onde alguns Judeus levam uma pesada carga a uma mina abandonada e após isso são brutalmente assassinados.

Após essa introdução retornamos a época atual, no Egito, o Inspetor Yusuf Ezz El Din Khalifa, inspetor do Departamento de Polícia de Luxor, encontra um cadáver de um arqueólogo assassinado em plena escavação arqueológica, só que as circunstâncias são muito estranhas. Nesse meio tempo, uma carta com um Manuscrito medieval é enviado para Laila al-Madani uma jornalista palestina, que devido aos artigos que escreve é considerada totalmente anti-semita, e para completar esse esquisito trio temos Arieh Ben Roi, policial Judeu que perdeu sua noiva em um ataque terrorista e acaba se vendo envolvido nas investigações de Yusuf. Este é um livro de muitas viagens e cenários nas terras de Palestina, Egito, Israel, Alemanha, Londres e até Toulousse para localizar um incrível tesouro que pode ser a salvação do povo judio.

No meio a muito ódio entre Judeus e Palestinos, o livro deixa bem claro que existem perdas incalculáveis sofridas por todos os lados devido aos ataques terroristas, e que o ódio pode deixar marcas muito profundas. Mas que acima de tudo pode existir um mínimo de esperança quando um lado reconhece a existência do outro além de suas crenças.

Obrigado e boa leitura
Fernando Anselmo