Arturo Perez Reverte é um daqueles escritores que consegue colocar um tom jornalístico fora do comum, similar ao livro anterior este livro também é uma narração sobre um acontecimento histórico, porém diferente do livro anterior não é narrado por um espectador mas provavelmente realizado através de uma consulta em arquivos.
No dia 2 de Maio de 1808, a cidade de Madrid está tomada pelas forças francesas de Napoleão Bonaparte e neste dia resolve se revoltar para lutar pelo Rei Fernando, não existe neste livro um relato heroico de um único personagem, mas apenas um relato do que possivelmente ocorreu neste dia com todas as tragédias possíveis envolvendo vários de seus habitantes que são nomeados ao longo da obra.
De um lado estava a população, desorganizada e armada em sua grande maioria por navalhas, armas de caça ou as armas encontradas pela rua. Do outro, as forças organizadas do Exército que já tinham conquistado quase toda a Europa. Porém as baixas do lado francês foram enormes, tantas que ao final após a retomada do controle pelas tropas francesas se inicia uma série de fuzilamentos indiscriminados e pilhagem por quase toda a cidade em atos de pura vingança.
O que mais deixa claro no livro é que se toda a população e o exército espanhol tivesse se rebelado, provavelmente os espanhóis teriam ganho. Porém, isso não ocorre e podemos calcular que apenas 40% da população estava envolvida, só que as represálias foram contra todos que tivessem ou não tomado parte na batalha.
Para não dizer que não existiam personagens no livro, devo dizer que uma batalha é minuciosamente estudada, a população se reuniu no quartel de artilharia de Monteleón, e dois capitães resolveram agir e organizá-los, são eles Luis Daoiz e Pedro Velarde. A batalha é simplesmente espetacular e termina com um final totalmente inesperado.
Obrigado e boa leitura
Fernando Anselmo
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