sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

O Inquisidor

Catherine Jinks, é australiana, e estudou na Universidade de Sidney e obteve a Licenciatura em História Medieval, em 1993 se dedicou exclusivamente a literatura e sua especialidade é a novela de história medieval. Agora vamos ao livro.

O Inquisidor
Autora: Catherine Jinks
Titulo Original: The Inquisitor

Devo confessar que adoro as histórias de Bernard Cornwell, sendo na minha opinião o melhor escritor desse gênero, já tinha lido "O Escrivão" de Catherine e fiquei bem intrigado com seu estilo, uma história policial ambientada nos tempos medievais e não deixa nada a desejar para "O Nome da Rosa", então quando tive a oportunidade comecei a ler este novo livro. São livros diferentes com histórias diferentes e pontos de vistas diferentes só que alguns personagens simplesmente se cruzam.


Neste livro, é narrada a história do Inquisidor Padre Bernard Peyre que faz parte do combate a Depravação Herética dos fatos ocorridos na França do Século XIV no qual seu superior Padre Augustin é brutalmente assassinado e esquartejado. Para complicar mais a situação seu inimigo Pierre-Julien chega para substituir Augustin como seu superior. As diferenças de opiniões entre os dois é exporta claramente neste pequeno diálogo:

- Por exemplo, Casseras foi revistada com o intuito de encontrar textos mágicos? - perguntou ele (Pierre), com persistente zelo.
- Foi revistada. Não se encontrou nada de natureza suspeita.
- Nada? Nenhumas facas escondidas, ganchos, foices nem agulhas? Não havia galos nem gatos pretos?
- Não faço ideia. Foi Roger Descalquencs que conduziu a busca.
- E os aldeões - interrogaste-los com respeito ao seu conhecimento de bruxaria?
- Como podia eu fazê-lo? - mais uma vez, a minha raiva acendeu-se. - Irmão, o Santo Ofício não foi intimado a preocupar-se com adivinhação!
- Mesmo assim, sinto que chegou a hora - respondeu Pierre-Julien. Pareceu pensar por um momento. - Quando voltardes a interrogar suspeitos ou testemunhas em relação a este assunto, perguntai-lhes que substâncias comeram ou lhes deram a comer - unhas, cabelo, sangue e coisas do género. Perguntai-lhes que conhecimentos possuem para fazerem com que as mulheres estéreis concebam, ou com respeito à discórdia entre maridos e mulheres, ou a crianças que morrem ou que se curam miraculosamente.
- Irmão... - Perguntai-lhes se viram ou usaram imagens de cera ou de chumbo; e também, sobre os métodos de apanhar ervas, e sobre roubos dentro da aldeia, sobre o crisma ou o óleo Santo ou sobre o sacramento do corpo de Cristo...

Devemos lembrar que a Inquisição foi um dos piores períodos da Igreja Católica na qual muitos inocentes eram simplesmente acusados simplesmente por não agradar a seus vizinhos. Vamos imaginar o seguinte, foi acusado de bruxaria é levado para a prisão, e lá tem a chance de confessar por livre e espontânea vontade ou sob tortura, ou seja, de um jeito ou de outro seu destino será o Garrote caso se arrependa (uma morte rápida por enforcamento como em "Coração Valente") ou na fogueira.

O que mais gosto dessa autora, assim como Bernard, é seu alto conhecimento da história medieval, então acaba-se sentindo em plena época onde os pobres morrem sem a menor consideração, a terra vale mais que qualquer vida humana, qualquer tipo de doença psicológica é considerada possessão demoníaca e os ricos são os todo poderosos (note que falei história medieval, ainda bem que os tempos são outros). Brincadeiras a parte, foi realmente um período bem negro, muitas poucas pessoas sabiam ler e isso fica bem claro em ambos os livros (esse e "O Nome da Rosa") o que vem a demonstrar que sem esse conhecimento as probabilidades de sobrevivência são extremamente curtas.

Então se desejar conhecer os métodos como a Igreja agia em relação as pessoas condenadas por bruxaria não deixe de ler "O Inquisidor" ou "O Escrivão". Os dois livros são excelente mudando apenas o foco de quem escreve.

Obrigado e boa leitura
Fernando Anselmo


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