Como bom espírita que sou, bem como bom Pernambucano (Natural de Recife, mas desde os 2 anos vivo em Brasília) tinha que ler algo que me atraia como um imã a um prego, não que goste muito de Gilberto Freyre (alias, nem conhecia muitas obras suas), porém "Assombrações do Recife Velho" foi uma grata surpresa.
Achava que seria um livro com contos de fantasmas tendo como pano de fundo o Recife. Ledo engano, a obra se trata de histórias (que podem ser) verídicas do ponto de vista do autor sobre casos de assombração que ocorrem durante muito tempo sobre o Recife.
Com um total de 27 histórias sobre fantasmas, lobisomens e outros tipos de aparições, vejamos aqui um pequeno detalhe da obra: "O caso da rua dos Sete Pecados Mortais, à qual se deu o nome, aliás ilustre, de Tobias Barreto. Chamava-se dos sete pecados mortais — um encanto de nome! — por ter sido nos seus começos “extenso beco contendo sete casas do mesmo lado e habitadas por mulheres fadistas”. Tinha a velha rua tanto direito a continuar rua dos Sete Pecados Mortais como Chora Menino a continuar Chora Menino. Encanta-Moça, Encanta-Moça. Rua do Encantamento, rua do Encantamento".
Facilmente percebemos mais uma narrativa jornalistica e assim permeia toda obra, com uma tentativa a cada conto de tentar achar uma explicação lógica para a história que acaba se ser narrada, como no conto: Um Barão na escada, num lençol manchado de sangue. ao final Freyre completa: Não tardou, porém, a explicação: à dona acabara de aparecer a figura do tio barão envolvida num largo lençol branco todo manchado de sangue. Horas depois chegavam ao Recife notícias de Vitória: tiroteio na igreja durante as eleições. Conflito sangrento. O barão de Escada fora assassinado. Ou seja, acredite no mundo dos mortos ou não é uma leitura agradável de se ler e diria no mínimo curiosa.
Obrigado e boa leitura,
Fernando Anselmo
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