sábado, 26 de dezembro de 2015

Meta 2015 - 54 a 60 de 60 - A Torre Negra

Esta é a última publicação dessa série e o cumprimento da minha meta para ler 60 livros neste ano de 2015. Resolvi fechar com chave de ouro e optei por ler uma coleção completa de Stephen King, que segundo segundo seu autor desejava escrever algo tão grandioso quanto O Senhor dos Anéis e posso afirmar que chegou bem perto.


King começou a escrever sua coleção maestra quando ainda era um estudante universitário, na década de 1970. O primeiro volume foi publicado em forma de capítulos na revista de ficção científica The Magazine of Fantasy & Science Fiction (permita-me complementar que O Senhor dos Anéis também teve o mesmo início). Somente em 1982 que tomou a forma de livro e foi seguido pelos outros seis - King sempre dizia, ao término de cada livro, que só escreveria o próximo dependendo da aceitação. Finalmente a coleção ficou completa em 2004 e é composta pelos seguintes livros:

  1. O Pistoleiro
  2. A Escolha dos Três
  3. As Terras Devastadas
  4. Mago e Vidro
  5. Lobos de Calla
  6. Canção de Susannah
  7. Torre Negra
Contar o que acontece em livros de uma coleção é sempre um problema, pois ao chegar no último querendo ou não devo falar o que acontece nos anteriores, então resolvi comentar estes sete livros em uma única postagem sobre o contexto geral da obra e não de um único livro.

Em momento algum tinha planejado em ler os sete livros, porém ao ler o primeiro a curiosidade foi mais forte e queria saber o que aconteceria com o pistoleiro Roland Deschain do Mundo Médio e sua busca para encontrar a Torre Negra e assim frustrar o objetivo do Rei Carmim de destruí-la, essa torre é um eixo que mantém todos os universos intactos. Sim, o livro se passa em outro universo, ou talvez em outra dimensão, porém esse universo está entrelaçado com o nosso e é possível passar de um lado para outro através de portais ao longo da obra descobrimos que muitas pessoas o fizeram.

No decorrer dos livros Roland vai formando o seu ka-tet (ou clã) com a reunião de outros pistoleiros e um bilibrambo (não, você não conhece essa espécie - uma busca no Google e poderá ver suas imagens) com o único objetivo de chegar e proteger a Torre custe o que custar.


Existem muitas referências neste livro e as mais importantes são: O filme Sete Homens é um Destino (que muitos afirmam ser uma adaptação americana de Os Sete Samurais de Kurosawa), um livro infantil chamado Charlie, o Cho-Cho (aquele trenzinho que possui uma carinha), lendas do Rei Arthur e O Mágico de Oz. Mas acho que o livro se perde um pouco quando Roland encontra seu criador, isso mesmo o próprio King aparece em um dos livros, apenas um detalhe deixado e nada que atrapalhe muito a narrativa do livro ou o conjunto da obra.

Aviso que cada livro possui mais de 700 páginas algo atualmente só comparado a coleção Game of Thrones de George R R Martin. E como esta, vale a pena ler cada uma de suas páginas pois é uma história que prende e só fiquei satisfeito quando li o último trecho. Esta coleção já ganhou uma adaptação em forma de quadrinhos, não existe um relacionamento temporal entre a os livros e os quadrinhos então não espere que lendo os quadrinhos vai entender os livros ou vice-versa.

Está prometido uma adaptação para o cinema, pessoalmente preferia muito mais uma série para televisão, porém até agora nada foi anunciado oficialmente ainda e a última notícia é que a Sony e a MRC estão trabalhando em conjunto para realizar os dois (tanto o filme quanto uma série para TV). Pelo visto ainda teremos que esperar um bom tempo para ver a materialização da obra maestra de King nas telas.

Para fechar parece que nem tudo termina como era de se esperar já que em 2009, King declarou: "Ainda não está realmente pronta. Estes sete livros são realmente seções de um longo super romance", ou seja, será que ainda virão mais livros? Só o tempo poderá dizer.

Obrigado e boa leitura
Fernando Anselmo

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Meta 2015 - 53 de 60 - Free Lance

Este livro de George Shipway me lembrou muito os de Cornwell porém com um estilo mais de Stephen King ao narrar o drama psicológico vivido pelos personagens. Este é um livro com um tema épico, no mais puro estilo a dominação britânica em terra Indiana.

Estamos na Índia. O ano é 1800. O capitão Hugo Amaury e Charles Marriott um funcionário de segunda categoria chegam a um território belicoso e corrupto para entrar a serviço da Companhia das Índias Orientais. Obrigados a abandonar a Inglaterra devido a problemas do passado e agora querem aproveitar as oportunidades que essa nova vida lhes oferece.

Marriot, recebe a missão de partir para o norte da Índia, estabelecer a ordem e reclamar os impostos nessa região, na qual os ingleses saíram desde 1766, deixando um fraco governador a cargo. Seu amigo Amaury, possui um forte temperamento e constantemente tem estado a um fio de arruinar sua carreira, decide partir com Marriot porém com planos de embarcar na conquista de um instável território sem qualquer ajuda da Companhia e auxiliado somente por Mercenários contratados. Neste ponto do livro que realmente começa a aventura.

Existe uma associação clara entre esse livro e o filme "O Homem que queria ser Rei" estrelado por Sean Connery e Michael Caine que foi baseado na obra de Rudyard Kipling. Não pense que um foi baseado no outro ou vice-versa pois, curiosamente, tanto o livro quanto o filme possuem a mesma data de lançamento 1975.

Este livro não é como os de Cornwell, centrado no aspecto militar e nas batalhas, está muito mais bem equilibrado para a vida cotidiana das pessoas em uma terra estrangeira. São personagens de uma época diferente que se comportam e agem de acordo com o que vivem.

Obrigado e boa leitura
Fernando Anselmo

domingo, 20 de dezembro de 2015

Meta 2015 - 52 de 60 - A Solidão dos Números Primos

Essa foi a primeira novela de Paolo Giordano de uma beleza incrível e merecedora do Prêmio Strega de 2008 (um dos prêmios mais importantes da Itália), seu título deve ser muito bem estudado pois é parte integrante da obra (dou graças que no Brasil resolveram não modificar o título).

O livro conta a história de duas pessoas Alice e Mattia. Durante a fase da infância Alice é uma atleta que se envolve em um acidente de Esqui e Mattia abandona sua irmã gêmea que tem problemas mentais a caminho de uma festa e nunca mais a vê.

Na adolescência Alice tem problema de relacionamentos e acaba por desenvolver uma forte Anorexia enquanto que Mattia também tem problema de relacionamentos e se descobre um gênio em matemática.

Alice encontra Mattia e os dois se apaixonam, certo? Infelizmente não, como disse é uma novela bela e profunda e o relacionamento dos dois vai além disso. Alice encontra em Mattia seu melhor amigo e uma alma gêmea e ambos vivem em seu mundo particular de solidão. Alice se torna uma fotógrafa enquanto que Mattia vira um brilhante matemático e após seu doutorado é convidado a ir para uma faculdade no estrangeiro.

Segundo o autor, os protagonistas “são típicos representantes de uma burguesia abastada, que dá conforto aos filhos, mas os deixa sozinhos”. Este livro virou um filme, tenso e belo da mesma forma que o livro onde a atriz Alba Rohrwacher dá vida a Alice e o ator Luca Marinelli faz o papel de Mattia, confira o trailer abaixo:


Obrigado e boa leitura
Fernando Anselmo

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Meta 2015 - 51 de 60 - The Overlook

O título desse livro poderia ser "A Visão do Alto", mas aqui no Brasil optou-se por chamá-lo de "O Mirante" - nada contra pois "Over" é "em cima de" e "Look" obviamente "Olhar" - que também é condizente para o que acontece nesse mistério escrito por Michael Connely.

Um cadáver é encontrado em um mirante nas colinas de Hollywood (exatamente onde fica aquele famoso letreiro). Aparentemente se trata de mero assassinato, e o detetive Harry Bosch se encarrega do caso. A vítima porém se trata de Stanley Kent que trabalhava em um centro clínico e possuía acesso a substâncias radioativas. Ou seja, o caso agora se converte em um provável ato de terrorismo.

Rachel Walling, agente do FBI se encarrega do caso, Hieronymus Bosch porém é um cabeça dura e não largará tão facilmente seu caso e seu jeito sarcástico de lidar com a situação pode comprometer de todas as formas a resolução do problema.

O livro se passa em uma velocidade temporal com o real, ou seja, lembra da série 24 horas é basicamente por aí. Não existem cortes no tempo do livro com o tempo real e nos sentimos envolvidos pela forma narrativa e a frenética corrida de Bosch para resolver o mistério e não permitir que seus superiores o removam do caso. Acompanhe um trecho do dialogo de Bosch com o Capitão Hadley que pretende afastá-lo do caso:

Bosch começou a se afastar, porém se deteve. Queria dizer algo, mas vacilou.
- O que? - disse Hadley -. Fale.
- Só estava pensando em um capitão no qual uma vez trabalhei, faz muito tempo e em outro lugar. Não parava de cometer passos equivocados e seus erros custavam as vidas de muita gente boa, assim que finalmente tive que pará-lo. Esse capitão terminou morto em um vaso sanitário pelas mãos de seus próprio homens. Contavam que depois não podiam separar suas partes da merda.
Bosch começou a se afastar, porém Haldey lhe deteve.
- O que supõe que isso significa? É uma ameaça?
- Não, é apenas uma historia.

Como disse, Bosch é um cínico e individualista e esta em uma luta contra o tempo para desvendar o mistério, porém espere por uma grande surpresa no final e quase nada é o que parece ser. Por esse motivo disse que o título do livro mais poderia ser "A Visão do Alto" pois devemos ver o todo e não apenas uma única parte (um assassinato ocorrido em um mirante).

Obrigado e boa leitura
Fernando Anselmo

sábado, 12 de dezembro de 2015

Meta 2015 - 50 de 60 - O Jogo de Saturno

Diria que Poul Anderson está para literatura assim como Moebius para o desenho. Poul (com "o" mesmo) era um escritor de Ficção Científica (infelizmente morreu em 2001) que possuia o mesmo estilo de Isaac Asimov.

Quanto tempo dura uma viagem até Saturno? Para distrair a tripulação é concebido um criativo jogo de RPG com direito a cavaleiros, magos e castelos.

Porém, ao chegar em seu destino, este mundo imaginário começa a confundir-se perigosamente com o mundo real quando uma equipe resolve explorar uma das Luas de Saturno. A Lua "Lapetus" é um estranho satélite bitonal de Saturno formada por dois hemisférios: um deles escuro e rochoso; e o outro branco e coberto de gelo (isso não é imaginação do autor, veja imagens dessa lua no Google).

Enquanto se dá a exploração, uma avalanche ocorre e os exploradores ficam presos em uma armadilha que pode custar a vida de todos. Ao invés de encarar a realidade, eles estão vivendo o mundo de fantasia concebido e achando que tudo não passa de uma trama de um mago para destruir o reino.

Esse livro ganhou o Prêmio Hugo (uma espécie de Oscar dos livros de Ficção).

Obrigado e boa leitura
Fernando Anselmo